Bem, a Microrregião de Suape[1]
formada pelos municípios de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, juntamente
aos municípios de Jaboatão dos Guararapes, Escada e Moreno, formam o chamado
Território Estratégico de Suape.
Mas, o que é isto significa?
Para garantir um desenvolvimento urbano
em consonância a conservação ambiental foi elaborado um documento em
2007, composto por diretrizes a serem seguidas com a finalidade de melhor
adequação à ocupação e uso do solo urbano nesta linha de influencia, levando em
consideração aspectos ambientais e sociais, além de dotar os municípios da
responsabilidade de tratar os projetos e
ações sobre a gestão ambiental.
De acordo com o projeto, muitas das
ações propostas já foram concluídas, no entanto devido à falta de recursos
algumas obras focaram-se em atendimentos emergenciais. As ações referentes a
Meio Ambiente e Saneamento Ambiental estão dispostas no capítulo 3 da obra,
Território Estratégico de Suape - Diretrizes para a Ocupação Sustentável –
e foram divididas em quatro subáreas, são elas: Meio Ambiente,
Abastecimento d’Água, Esgotamento Sanitário e Resíduos Sólidos. Para cada
subárea foram desenvolvidos projetos e estes contaram com ações e métodos para
sua aplicação.
No
que diz respeito ao meio ambiente foram estabelecidas três diretrizes e estas
serviram de base para a elaboração de projetos necessários a gestão ambiental
dos municípios pertencentes ao Território, para que estes consigam gerir seus
recursos naturais e aproveitem racionalmente seu território. Dentro desse
contexto foram propostos 12 projetos prioritários para a gestão ambiental e
para cada um foram estabelecidas ações para a sua execução. As ações foram
desenvolvidas pela Empresa Suape e outras como a elaboração de um Plano Diretor
foram desenvolvidas juntamente aos órgãos competentes de cada município,
estabelecendo assim um sistema de parceria.
Em relação ao Abastecimento d’Água percebe-se que o
aproveitamento dos recursos e da capacidade deles existente é um ponto bastante
aproveitado e positivo, para o desenvolvimento dos projetos, não deixando de
lado a ideia de realização de obras de caráter emergencial, as que são
necessárias a primeiro momento. Para este caso o grande problema enfrentado é o
regime de racionamento que é apontado como uma das dificuldades enfrentadas
pela população, e em consequência da falta de uma rede adequada de distribuição
aumentam os casos de ligações clandestinas.
Com isso a partir das diretrizes e ações pensadas
para essa área procura-se evitar tal crise assegurando o abastecimento seguro e
de qualidade. No entanto, ao falar em abastecimento se lida com questões bem
complexas, pois o sistema depende de um campo bem maior que é a gestão de
bacias hidrográficas e um estudo de demanda por água para que se amplie a rede
de distribuição.
Já, a falta de cuidado com os dejetos, a ausência de
uma rede de tratamento em áreas densamente povoadas e a contaminação de lençóis
freáticos impede um melhor aproveitamento de áreas destinadas ao turismo -
afastando visitantes - e bons índices de saúde a população que conviva neste
cenário. As obras a serem realizadas cuidam das áreas litorâneas, mananciais e
de conjuntos habitacionais existentes ou que estão para existir para impedir
uma contaminação que desenvolva em maiores proporções. No entanto, ao que
parece, locais como praias de menor porte, municípios mais próximos como o caso
de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho e que demandam maior soma em recursos
estão em fase de elaboração de termos de referência (Agência CONDEPE/FIDEM,
2008).
Outrossim, os municípios envolvidos no Território
Estratégico apresentam um quadro ambientalmente preocupante, pois eles não
possuem uma coleta e destinação adequada aos seus resíduos sólidos, sendo estes
jogados em lixões a céu aberto de forma irregular, sem uma unificação das
formas de tratamento e cuidado. E para este ponto, que é bem delicado, não se
tem uma solução efetiva cuidando apenas de cinco municípios, mas, o que se
espera, segundo o Plano para o Território estratégico de Suape é importante que
a Região Metropolitana do Recife como um todo apresente um plano de gestão.
Devido à complexidade da problemática, foram apresentadas propostas e não obras
e projetos sólidos concluídos ou em execução.
Mas,
será que os municípios que sofrem influência direta deste complexo de indústrias
e a própria capital do estado, estavam preparados para as modificações que os
investimentos feitos causariam? Ou até mesmo o próprio complexo de indústrias
esperava a velocidade no qual o crescimento atual está se dirigindo?
Parece-me que algo tão grandioso está fadado ao fracasso. Esperemos para ver se ele consegue ressurgir das cinzas, por que ultimamente sobre Território Estratégico de Suape, só enxergo como uma nova regionalização da metropolitana sul e alguns municípios da mata sul.
Para saber mais leia:
BRAGA,
Maria do Carmo de Albuquerque; LIMA, Antônia Santamaria de Queiroz. Território
estratégico de Suape: diretrizes para uma ocupação sustentável. Humanae, v.1, n.3, p. 54-65, Dez.2009.
Até mais!
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